"A conjuntura que se apresenta em 2013 aos olhos do proletariado brasileiro e quiçá internacional se assemelha a uma peça de teatro muitas vezes repetida em anos pretéritos (mais proximamente, desde 2007). A trama inteira resulta de duas determinações principais: de um lado, a crise econômico-financeira dos países do capitalismo desenvolvido, ou potências imperialistas; de outro, as estratégias de superação da mesma, levada a cabo pelas oligarquias burguesas nos governos. Embora a tendência do processo seja sempre uma síntese mediada de ambos extremos da contradição, seu conteúdo expressa sempre também o lado para qual propende o pêndulo da história codificando, significativamente, as ações humanas que retroalimentam a tragédia ou farsa sociais. A repetição sucessiva desta representação teatral de mesmo enredo – tendência ao agravamento da crise do capitalismo – à medida que passa a abarcar um público cada vez maior como parte do cenário sob qual se desenrola a trama – os países em desenvolvimento (BRICs) e os países subdesenvolvidos – torna-os espectadores acríticos de sua própria desgraça ao verem a sociedade humana projetar-se sobre o abismo da depressão econômica e do terror da guerra, consumando-se em darwinismo econômico-social através de políticas econômicas malthusianas e pogroms sistemáticos, e não tem a consciência de que como objetos também são sujeitos históricos..."
Essa matéria foi publicada na Edição 464 do Jornal Inverta, em 05/02/2013